A possibilidade de ficar só me apavora
A
vantagem de não me entregar me aprisiona
O
medo de ser o que sou me consome
A
coragem que me acompanhava agora anda desprendida de mim
Tudo
aquilo que construí do meu ser acaba de desmoronar sobre mim e não tenho como
me proteger
Vi também que tudo que a mim foi dado ou por
mim foi construído, não me pertence, mas sim a outra pessoa que é totalmente
diferente de mim
Também
vi que a esperança por ser a ultima que morre ainda arranha as paredes do poço,
mas seus gritos e suas suplicas não são ouvidas nem sentidas, simplesmente não
surtem mais nenhum efeitos sobre mim.
Gustavo Neres
04/04/2007
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